Dicas para estimular a sua criatividade!

Uma das maiores dificuldades que observa-se entre escritoras e escritores, é a dependência que há em relação à inspiração criativa. Tende-se a ver a inspiração como uma entidade, ora acreditada cósmica e quase personificada com suas próprias decisões. Uma entidade que decide a hora que surge, e a hora que se vai.

Contudo, apoiar-se neste mito é, além de, uma forma de alimentar a justificativa para o "não conseguir", também, de gerar uma dependência pouco possível de sustentar ao longo tempo do ofício da escrita.

Há sim, uma parcela intuitiva no que chamamos de "inspiração criativa". Eu creio no dito "Gênio do Dom", e, portanto, é este Gênio a tal entidade que nos toma de assalto em momentos dos quais, não estamos direcionados à escrita. É a inspiração que surge, que baixa de euforia em nós como àquelas ocasiões em que, no meio do seu banho, os personagens surgem andantes à sua frente. Todavia, apegar-se à condição esotérica, fantástica ou espiritual da inspiração criativa, cria barreiras.

Percebemos que a inspiração é estimulável, cultivada no hábito. E tão certo é este aspecto, que livros sobre a psiqué e sua relação com a criatividade defendem o hábito. E não só livros. Mas também, pesquisas científicas demonstram, que desde a infância (baseando-se na psicopedagogia) às crianças em que estimula-se a imaginação, por meio de diferentes atividades manuais, corporais ou de raciocínio, tendem a ser mais criativas. Tendem a ter uma confluência maior sob sentidos que aguçam a criatividade.

Desse modo, não seria equivocado observar a inspiração apenas como uma entidade de natureza mística?

Na sequência, alguns livros que falam sobre criatividade e maneiras de a estimular foram selecionados por mim. Mas, além destas leituras, eu, que também sou escritora compartilho minha percepção.

A inspiração se relaciona à corporeidade também, ao manifesto de existência do corpo e sua conexão com o mundo. E assim, eu ensino e dialogo com minhas autoras e autores em consultoria, a possibilidade de tratar a questão criativa nesta ótica:

"Ela está dentro de nós o tempo inteiro, aguardando por nossos comandos a despertá-la quando inativa, ou a percebê-la, quando ela está ativa e nós é que não estamos atentos. A inspiração, está no seu olhar, no seu tocar e ser tocado, no teu ouvir, no teu falar, no teu sentir as coisas à sua volta. E não tem receita certa para se seguir. Porque cada pessoa relaciona-se com o mundo de uma maneira muito própria, e assim também é com a inspiração. Há aqueles que irão estabelecer comunicação com ela na quietude, outros na algazarra... O importante é que, cada escritor ou escritora compreenda que a inspiração é Gênio do dom sim, mas é também um hábito cultivado e treinável por nós. E quando se persiste nesta ideia e acredita-se nisso, você se torna sensível a tudo de modo que, pode escrever qualquer coisa, a qualquer hora, de acordo com a sua mente equilibrada e conectada aos estímulos que você mentalmente programou para escrever." (Rayanne Silva, editora da Litteratis).

Aconselho minhas/meus mentoradas/os, a brincarem com seus sentidos e assim despertarem sua inspiração dentro das minhas próprias técnicas, contudo, neste post especialíssimo para a Litt, deixo três dicas preciosas.

Dicas da editora sobre hábitos para estimular a criatividade:

É ridículo dizer o óbvio às vezes, entretanto, a obviedade nem sempre está clara. E em geral, alguns escritores e escritoras compreendem como "pouco necessário" que para estimular a criatividade seja preciso algo tão comumente intrínseco ao ofício de escrever, como o estudo. Exatamente! Estudar é uma válvula de criatividade, porque aguça a curiosidade de determinado saber, proporciona dúvidas e se nas dúvidas estão o ensejo da descoberta, é na busca pela própria descoberta que nos tornamos criativos, explorativos.

Exploração do mundo, do ambiente, da temática que se pretende escrever além de ser etapa básica do tópico anterior, é também uma forma de se estimular a criatividade, pela mesma questão já dita: quando exploramos, descobrimos. Mas, sem tornar isso repetitivo, o que posso dizer em torno da exploração com o objetivo de desenvolver a criatividade está atrelado à experimentação. Experimente tudo: dos cheiros aos sentimentos que te atravessam. É preciso um constante entrar e sair de si, para alcançar sua sensibilidade criativa.

E se a sensibilidade é o ponto, aguçar tudo à sua volta é o meio de chegar a ela. Então, consuma as experiências tentando aguçar aquilo que te leva a auto inspirar-se. Por exemplo, ouça com mais atenção, cheire com maior profundidade, observe com maior concentração, sinta com mais intensidade... E vá experenciando-se nas artes, pois elas não só nascem para apreciação, como também, para replicar em nós a criatividade. Na música, no cinema, nos livros, nas artes plásticas, nas relações interpessoais. Nestes campos, você pode e encontrará com certeza a sua fórmula intuitiva de condicionar sua criatividade à sua vontade ou necessidade.

As dicas são preciosas não é? Muito mais é possível encontrar na consultoria comigo, mas, independente disso, cada palavra aqui já nos causa um eclodir de pensamentos!

E para você não chegar ao fim desse post achando que tudo isso não faz sentido, segue abaixo a indicação de de três livros sobre criatividade, para você também estudar.

• O caminho do artista, de Julie Cameron. [aqui]
• Roube como um artista, de Agustín Kleon. [aqui]
• Rotina criativa e hábitos que mudam, de Larissa Rodrigues. [aqui]

Não dependa da inspiração por sorteio! Permita que ela te surpreenda ao surgir de repente, mas torne-a também permitida a te atender quando você quiser.

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