A Literatura como Forma de Terapia: Minha Jornada como Escritora

Quando olho para trás, para minha adolescência, vejo a literatura como uma fiel companheira que me ajudou a navegar pelas águas agitadas da juventude. Crescer não é fácil para ninguém, mas para mim, a literatura foi mais do que apenas uma fuga; foi uma forma de terapia que me permitiu compreender a mim mesma e ao mundo ao meu redor de uma maneira única e profundamente significativa.

Desde cedo, eu me vi imersa nas páginas de livros, perdendo-me nas histórias de mundos distantes e personagens cativantes. Enquanto meus colegas estavam ocupados com as preocupações típicas da adolescência, eu encontrava refúgio na biblioteca da escola, devorando romances, poesias e ensaios de todos os tipos. Foi lá que descobri o poder da palavra escrita e como ela podia moldar e transformar a minha própria experiência.

Naquela época, eu me sentia incompreendida, como se não houvesse ninguém que realmente pudesse entender o que se passava dentro de mim. Mas através da literatura, encontrei uma voz que ecoava minhas próprias emoções e pensamentos mais profundos. Enquanto lia sobre personagens lutando com suas questões percebi que não estava sozinha em minhas lutas. Descobri que as palavras dos escritores, mesmo que fictícias, tinham o poder de tocar lugares dentro de mim que eu mal sabia que existiam.

À medida que mergulhava mais fundo no mundo da literatura, comecei a escrever por conta própria. No início, eram apenas rabiscos desordenados em um caderno, reflexões confusas de uma mente adolescente em tumulto. Mas à medida que pratiquei e refinei minha escrita, descobri que podia expressar minhas próprias experiências e emoções de uma maneira que me ajudava a compreendê-las melhor.

A escrita tornou-se minha terapia pessoal. Era um espaço seguro onde eu podia explorar livremente meus pensamentos e sentimentos mais íntimos, sem medo de julgamento ou rejeição. Cada palavra que eu colocava no papel era como um pequeno passo em direção à autoconsciência e autoaceitação. E quanto mais eu escrevia, mais eu me encontrava.

Eventualmente, percebi que queria compartilhar minhas palavras com os outros. Eu queria que minha escrita pudesse ser uma fonte de conforto e inspiração para aqueles que estavam passando por suas próprias batalhas internas. Assim nasceu o meu blog, um espaço online onde eu poderia compartilhar minhas reflexões, contos e poemas com o mundo.

Ao longo dos anos, vi como a literatura pode ser uma poderosa ferramenta de cura não apenas para mim, mas para tantos outros. Recebi mensagens de leitores que me contaram como minhas palavras os ajudaram a atravessar momentos difíceis em suas vidas, oferecendo-lhes conforto e esperança quando mais precisavam.

Hoje, olho para trás para aquela adolescente solitária que encontrou consolo nas páginas dos livros, e vejo como a jornada da literatura moldou não apenas minha identidade como escritora, mas também como ser humano. Ela me ensinou a importância de compartilhar nossas histórias, de ser vulnerável e autêntico em nossa expressão, e de encontrar significado e conexão nas palavras que compartilhamos.

Então, se você está passando por um momento difícil em sua vida, se sentindo perdido/perdida ou desanimado/desanimada, saiba que você não está sozinho/sozinha. A literatura está sempre lá, pronta para lhe oferecer conforto, inspiração e uma janela para um mundo de possibilidades. Permita-se mergulhar nas palavras dos outros, mas também encontre sua própria voz e comece a escrever sua própria história. Você pode se surpreender com a cura que pode encontrar nas páginas de um livro ou nas linhas de uma página em branco.

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